Abrindo a tarde de palestras do Energiplast 2018, o painel “Cases de Reciclagem” levou uma dose de inspiração e motivação para fazer diferente aos participantes do evento. Os profissionais Paulo Francisco da Silva, da Agora Vai Brasil – Soluções Ambientais; Bruno Igel, da Wise; Susana Carvalho, da JBS Ambiental; Moisés Weber, da Plastiweber, e Stephanny Wiggers, da Indústria Santa Luzia apresentaram cases que tiveram o plástico como destaque comprovando que o produto é cada vez mais fundamental na sociedade, assim como sua reciclagem.
“Abram suas mentes”, exaltou Paulo Francisco da Silva no case “A história de uma ‘sobrevida’ de um ‘longa vida’”. Para ele é preciso ter em mente três pontos principais no momento de pensar na longa vida do material plástico: pensar globalmente e agir localmente nas cadeias poliméricas, a química quântica como uma poderosa aliada e a física tradicional como auxílio no processo.
Nesse sentido, Bruno Igel da Wise, falou sobre a “Economia Circular do Plástico: qualidade gera escala,” e é claro em relação ao material: “o plástico por meio de suas características como durabilidade, leveza, resistência, permitiu que o mundo evoluísse tremendamente, seja em termos de saúde, medicina, até mesmo em meio ambiente, deixando os carros mais leves, aviões mais leves e reduzindo as emissões de carbono”. Ele lembrou que quando se compara com outro produto percebe-se que o impacto ambiental do plástico é bastante baixo. “Muitos esquecem que ele substituiu materiais em diversas indústrias trazendo benefícios para sociedade. O problema mesmo está nas embalagens que consumimos e duram pouco”, afirmou, trazendo como case a marca Adidas que pretende vender seus produtos apenas de materiais reciclados.
Outro exemplo é da JBS Ambiental, especializada na gestão de resíduos sólidos gerados pelas plantas do grupo e investe em processos, pesquisa e tecnologia para promover a reciclagem e o descarte sustentável de materiais. “Além de reciclar, transformamos em novos produtos plásticos, ou seja, produzimos novos itens reciclados para o grupo”, explicou Susana Carvalho. Ela acrescenta que a unidade de negócios proporciona uma economia circular quando presta serviço e, ao mesmo tempo, gera receita para cobrir os custos da operação do grupo JBS, na busca pela sustentabilidade financeira. “Tudo que é produto plástico descartado na empresa, fazemos a seleção, lavagem, trituração, aglutinação, extrusão corte e embalagem”, disse ela, exemplificando com um tipo de produto que que faz parte do ciclo fechado do plástico no grupo.
Outro setor ressaltado no painel foi a aplicação de plástico na agricultura, chamado de plasticultura. Moisés Weber falou sobre o agronegócio dentro da economia circular do produto e contou sobre a trajetória da empresa Plastiweber que tem sede na cidade de Feliz, no Rio Grande do Sul. “Éramos pequenos e fomos aprendendo na prática. Hoje somos excelência em embalagens entregando produtos elaborados por um processo completo de economia circular e é isso que agrega valor para o cliente”, afirmou, acrescentando que foram procurados por multinacionais devido o comprometimento com o ambiente e certificação de logística reversa de embalagem plástica. “Entendemos que fazemos embalagens circulares, por isso mudamos nossa marca para Plastiweber Circular Plastics”, enalteceu.
“Quando falamos de economia circular não tem como não pensar em consumo de recursos naturais. Qual é a causa do problema de estar utilizando tanto recurso natural?”, questionou Stephanny, da Santa Luzia. Ela aponta como a maior causa a economia linear. “É um modelo econômico que se estabeleceu desde a Revolução Industrial, que mesmo que trouxe muitas práticas de progressão, também trouxe as consequências de utilizar recursos como se não existisse o amanhã, mas o amanhã já existe há muito tempo”, disse ela, afirmando que é preciso entender que o problema não é o canudo plástico, o problema é quem usa. Em relação ao case, a empresa passou por uma mudança de modelo de negócio se tornando circular. “Hoje a gente recicla o poliestireno, o isopor, que tem um volume extremamente alto e um peso muito baixo, o que complica a logística desse material. “Até 2017, reciclamos 46 mil toneladas, o que corresponde a 152 mil árvores e 550 campos de futebol”, ressaltou, finalizando que os desafios futuros é a melhora contínua dos processos e a questão do design de produtos, buscando sempre matérias primas que sejam recicláveis.